Duas décadas após o lançamento do disco, em 1987, o Campo Pequeno encheu-se de fãs de todas as idades. Muitas t-shirts pretas com o famoso X - algumas saídas do baú - e miúdos e graúdos de lenço vermelho ao pescoço, a imagem de marca do vocalista dos Xutos, Tim.
Malabaristas e dançarinos estiveram em palco com a banda, recebendo os aplausos da plateia
As feras não tardaram a rugir, num palco apetrechado com um jogo de luzes ao melhor nível e de seis ecrãs de vídeo que acompanharam a narrativa de cada capítulo ao longo da noite. Tim (voz e baixo), Zé Pedro (guitarra rítmica), João Cabeleira (guitarra solo), Kalú (bateria) e Gui (saxofone) foram recebidos com a primeira grande ovação, interpretando uma versão instrumental do tema "Circo de Feras", eficazmente complementado com a percussão dos Wok.
"Sai P'rá Rua" e "Não Sou O Único" foram as primeiras canções já com a voz de Tim e deram desde logo a certeza de que o público estava conquistado desde o início, muitos há já 20 anos.
A emoção era tanta que o próprio vocalista dos Xutos não fugiu a uma gaffe: depois da primeira explosão de energia com a plateia a cantar «não sou o único a olhar o céu», Tim cumprimentou os fãs com um «boa noite, Coliseu!», esquecendo por momentos que a sala de espectáculos era outra.
Anunciada estava também a inclusão de alguns temas pré e pós-"Circo de Feras", e "Barcos Gregos", de 1985, foi o primeiro deles. "Desemprego" surgiu acompanhado de um dos números circenses, o Mastro Chinês, e "À Minha Maneira", do álbum "88", voltou a recuperar o coro das milhares de vozes que lotaram o Campo Pequeno.
E se é certo que os cabelos grisalhos e a barriga não deixam esconder os anos que já passaram desde a edição do primeiro LP com uma major - na altura a PolyGram, agora Universal - a verdade é que os grandes hits de "Circo de Feras" continuam bem vivos e tão electrizantes em palco como antes. Os Xutos & Pontapés disseram «olá» à "Vida Malvada" e seguiram para "A Minha Aventura Homossexual Com o General Custer" antes de um atípico intervalo que pareceu chegar cedo demais.
Depois de cerca de 15 longos minutos que quebraram inevitavelmente o ritmo ao espectáculo, o concerto recomeçou com um reprise de "Pêndulo" cantado por um coro de gosp

De volta a "Circo de Feras", o disco, Tim surgiu acompanhado pela guitarra de Zé Pedro e o saxofone de Gui. O público acabou por ser o quarto elemento na interpretação de "Esta Cidade", cantando em uníssono cada verso da letra escrita pelo poeta João Gentil.
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