quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Babyshambles demasiado «mexidos» para o Lux

Ia o concerto dos Babyshambles a meio quando Pete Doherty anunciou a saída de palco prematura da banda. O público, que encheu a pequena sala de espectáculos do Lux, desligou por momentos da euforia vivida ao som dos temas da banda inglesa e recebeu com surpresa o seguinte aviso por parte da organização: «Ou se mexem menos ou o concerto é cancelado».

A falta de condições de segurança foi a razão alegada para uma «ameaça» vaiada pela assistência. Mas os Babyshambles lá regressaram ao palco e a festa continuou. Pela segunda vez em Portugal, e depois da estreia em Paredes de Coura 2007, a banda liderada pelo polémico Pete Doherty mostrou-se como um peixe dentro de água no seu habitat natural: os clubes nocturnos e bares.

Canções cheias de ritmo, refrões cantados em coro e uma presença única em palco de Doherty - qual trovador vagabundo de ar aluado - marcaram o primeiro concerto de mais uma digressão europeia de promoção ao mais recente álbum, "Shotter's Nation".

Pete Doherty apresentou-se de chapéu na cabeça e cigarro na boca, duas imagens de marca, a segunda delas em clara infracção à nova lei do tabaco em Portugal. Mas em noite de festa, fecharam-se os olhos aos cigarros acesos em palco e na plateia, como se de um novo révellion se tratasse.

"French Dog Blues", "Delivery", "Kallamagiro", "UnBiloTitled" e "Albion" foram alguns dos temas que revisitaram os dois discos de originais da banda inglesa e que levaram ao rubro um público dedicado.

O alinhamento do espectáculo também passou pelos The Libertines, a antiga banda de Doherty. O músico cantou "What Katie Did" antes de agradecer a recepção calorosa dos fãs e de os «baptizar» com o que restava de uma embalagem de sumo de maçã.

Já no derradeiro tema da noite, e após pouco mais de uma hora de espectáculo, o vocalista dos Babyshambles experimentou um mergulho na piscina de público. Regressou com menos um microfone, que, por pouco, não foi levado para casa como souvenir pelos fãs.
Se bem que a pequena sala do Lux permitiu uma maior intimidade entre a banda e o público, a verdade é que não pareceu reunir as condições ideais para a realização de um concerto onde os saltos, os encontrões e até o crowd surfing faziam parte da ementa. Já para não falar dos dois enormes pilares que tapavam a visão de muitas pessoas para o palco.

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