quarta-feira, 18 de junho de 2008

Juanes merecia Pav. Atlântico mais composto

Naquela que foi a sua estreia no Pavilhão Atlântico, Juanes certamente estaria à espera de outra recepção. O cantor colombiano faz um enorme sucesso entre o público português, mas a verdade é que esta noite o Pavilhão Atlântico não rebentou pelas costuras, nem sequer esteve muito bem composto. Presente esteve um número de fãs aquém do esperado, mas de inegável qualidade. Aplica-se perfeitamente neste caso a máxima popular «poucos mas bons».

Já passava da hora prevista quando o mais popular dos cantores colombianos subiu ao palco do Pav. Atlântico. Acarinhado desde o primeiro instante, recebeu imensos «mimos» do público que se deslocou ao recinto, na sua maioria do sexo feminino. Imensas bandeiras da Colômbia, a terra natal de Juanes, ajudaram à calorosa recepção.

O cantor retribuiu com «A Dios le Pido». Um arranque fulgurante com um dos temas do seu segundo álbum, «Un Día Normal», que mais sucesso fez. Foi desta maneira que Juanes se apresentou em Portugal. Vestindo todo de preto, procurou sempre ter um contacto bem próximo dos fãs.

A própria disposição do palco assim o permitia. Com uma passadeira extensível que penetrava por entre o público, o cantor aproveitava para contactar de perto com todos aqueles que o idolatram.

Lisboa: paragem obrigatória

Em Portugal para apresentar o seu mais recente trabalho, intitulado «La Vida...Es un Ratico» o cantor aproveitou para dar a conhecer ao vivo vários dos novos temas. Com o novo single à cabeça, «Me Enamora», Juanes conseguiu conquistar o público lisboeta. «Hoy Me Voy», «Báilala» e «Bandera de Manos» foram outras das novas canções que o cantor latino trouxe a Portugal, naquele que foi um dos últimos concertos da sua tournée.

Activista empenhado

Mais do que um concerto, os espectáculos de Juanes carregam também uma vertente humanitária. Assumindo o seu papel de activista convicto e dedicado, Juanes aproveitou o concerto em Lisboa para apelar à paz entre povos, recordando o concerto que deu na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela.

Pouco tempo após o início do concerto assistiu-se ao primeiro grande momento da noite. «Fotografía» foi o impulso para se soltarem milhares de vozes em coro no Atlântico. O tema que é um original de Juanes e Nelly Furtado em dueto, aqui cantado apenas pelo cantor colombiano, mostrou ter ficado nos ouvidos do público português que se envolveu ainda mais no espectáculo.

Aproveitando as pausas entre canções para dialogar com os fãs, Juanes espalhou romantismo, naquela que é uma característica comum aos cantores latinos. «Para tu amor» foi o expoente máximo da paixão em palavras que se fez sentir por entre os recantos do recinto. O tema de «Mi Sangre» fez levantar, ao mesmo tempo, isqueiros e telemóveis, um sinal inequívoco da mistura dos tempos.

O compositor colombiano fez uma viagem pelos seus dois álbuns de maior sucesso, «Un Día Normal» e «Mi Sangre», que ajudaram na apresentação dos seus novos temas. «La Paga», «Volverte a Ver», «Es por Ti» ou «La Noche» foram outros hinos que Juanes retirou do baú e ofereceu ao público português.

Uma actuação quente e em bom ritmo que teve em «La Camisa Negra» o grande momento da noite. Dançou-se no Pavilhão Atlântico, enquanto os três ecrãs montados no palco mostravam uns efeitos que dinamizavam o espectáculo. O cantor despediu-se de Lisboa e ao som das palmas surgiram vários símbolos da paz nos ecrãs que tinham aproximado Juanes do recinto.

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