sexta-feira, 6 de junho de 2008

Metallica em passeio triunfante pelo Rock in Rio

Chegada a meia-noite apagam-se as luzes sobre o Palco Mundo e ouve-se o hino de introdução dos Metallica, «The Ecstasy of Gold» de Ennio Morricone, para a entrada triunfal de James Hetfield (voz/guitarra), Lars Ulrich (bateria), Kirk Hammett (guitarra) e Rob Trujillo (baixo).
Aos aplausos, os «Four Horsemen», como são conhecidos, responderam com «Creeping Death» e «Fuel», num início poderoso e a alta velocidade, com direito aos primeiros efeitos pirotécnicos com duas enormes chamas nas laterais do enorme palco.
James Hetfield manteve sempre o contacto oral com o público, como já é habitual, dizendo sentir-se sempre melhor quando vê os fãs portugueses. A estrada e os concertos ao vivo são a essência de uma banda que ultrapassou quase todos os limites possíveis ao longo de uma carreira de 27 anos e é em palco que os Metallica se revelam como uma das maiores bandas de sempre dentro do metal e hard-rock.

Cantaram-se refrões e até solos de guitarra
Foram poucos os temas que não foram cantados pelo público do princípio ao fim. As letras saíam da boca de milhares de fãs, muitos erguendo os copos de cerveja bem alto, à medida que se recordavam os «bons velhos tempos» com «Wherever I May Roam», «Harvester of Sorrow» ou «Welcome Home (Sanitarium)». Mas a loucura veio mesmo com «Master of Puppets», um verdadeiro clássico de 1986, e durante o qual o público acompanhou com a voz o gemido delicioso das guitarras de Hetfield e Hammett no interlúdio da canção.
As mudanças de velocidades sucederam-se, do mais rápido («Damage Inc.») ao mais lento («Nothing Else Matters»). O vocalista dos Metallica elogiou os dotes vocais dos fãs portugueses e desafiou-os num reprise de «Sad But True», uma das músicas preferidas dos headbangers inveterados.
Depois, os ecos da guerra cairam sobre a Cidade do Rock, e à banda-sonora de metralhadoras e helicópteros, juntaram-se explosões em palco, o reacender das chamas laterais e fogo-de-artifício para «One», outro dos clássicos do quarteto norte-americano.

Música que atravessa gerações
«Enter Sandman» foi provavelmente o momento mais alto da noite, ou não fosse este o tema que faz a ligação entre as várias gerações de seguidores dos Metallica, desde os adeptos das raízes thrash-metal até aos mais novos, alguns deles na companhia dos pais, que vieram a conhecer a banda já depois da transformação pós-«Load».
As duas horas de concerto aproximavam-se do fim, e foi já no encore que os Metallica celebraram algumas das suas influências. Aos riffs de «Hallowed Be Thy Name», no segundo tributo da noite aos Iron Maiden, seguiram-se as versões de «Last Caress» (Misfits) e «So What?» (Anti-Nowhere League), esta última contando com a ajuda dos Machine Head nas vozes.
A festa terminou com «Seek & Destroy», para alegria dos vários praticantes de «guitarra invisível», fechando com chave-de-ouro uma das melhores actuações deste festival. À saída, Lars Ulrich lembrou que o novo álbum dos Metallica chega em Setembro e que a banda regressará a Portugal em 2009. Se for para mais concertos como este, então que passem a vir cá todos os anos.

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