domingo, 1 de junho de 2008

Rock in Rio foi palco perfeito para os Bon Jovi

O Parque da Bela Vista foi mais uma vez o palco de uma viagem no tempo, desta até 1986, ano em que cinco rapazes de New Jersey lançaram o multiplatinado «Slippery When Wet».

Vinte e dois anos volvidos e depois de vários milhões de discos vendidos em todo o mundo, os Bon Jovi mostraram que apesar da idade (o baterista Tico Torres já tem 54 anos) e de alguns retoques estéticos (botox?), a essência de palco, a energia e a paixão, ainda continuam intactas no seio de uma das mais conhecidas bandas de rock das últimas décadas.

Jon Bon Jovi comandou as suas tropas numa verdadeira lição de como fazer um concerto ao vivo para 75 mil pessoas. Frontman nato, Jon teve o público do Rock in Rio sempre na ponta dos dedos e a música dos Bon Jovi, entre guitarradas, baladas e pop-rock country (este último, o mais recente caminho tomado pela banda).

Naquele que foi o melhor concerto do festival, até ao momento, os Bon Jovi brindaram os seus fãs com duas horas de espectáculo, passando em revista os principais êxitos de 25 anos de carreira.

«Lost Highway» serviu para justificar o facto do concerto se inserir na digressão de promoção do mais recente disco de estúdio da banda norte-americana, mas o primeiro trunfo saiu da manga do casaco de cabedal branco (por cima de uma camisa preta bem desabotoada para delírio do público feminino) de Jon Bon Jovi logo de seguida. Ao terceiro tema, «You Give Love A Bad Name» foi entoado num gigantesco coro, e o ponto alto da primeira incursão pela discografia dos anos 1980 dos Bon Jovi. O público, claramente adepto dos temas mais antigos, voltou a empolgar-se com «Runaway», um original de 1983.

O renascimento da banda em 1992 também não ficou esquecido no alinhamento, com «Keep The Faith» e «I'll Sleep When I'm Dead», este último com direito a duas curtas covers pelo meio: «Mercy» de Duffy, e «Start Me Up» dos Rolling Stones.

Os casais de namorados trocaram certamente um ou dois beijos extra com a balada «Always», bem antes de «We Got It Goin' On», tema durante o qual Jon Bon Jovi aproveitou para conhecer melhor alguns fãs, circulando pelo largo corredor que liga o palco à régie e cumprimentando aqueles por quem passava. Junte-se o facto de levar um cachecol da selecção portuguesa ao pescoço e é fácil de adivinhar o sucesso que este pequeno «truque» de palco colheu junto do público.

O cowboy Richie Sambora também brilhou para além dos riffs e solos de guitarra. Em «I'll Be There For You» foi ele mesmo que assumiu a função de vocalista, embalando de novo o mar de gente que assistia atentamente ao concerto. Seguiu-se-lhe outro cowboy, mas este sem chapéu. Jon Bon Jovi, na guitarra acústica, interpretou o seu «Blaze Of Glory», tema título do primeiro álbum a solo do cantor.

«Bad Medicine» e «Livin' On A Prayer» (com fogo de artifício) resultaram de forma perfeita, como seria de esperar, para a habitual troca de coros entre o palco e a plateia. Uma recta final em altas rotações antes da primeira saída de palco.

Depois, os Bon Jovi regressaram para mais duas. O «cowboy do cavalo de aço» de «Wanted Dead Or Alive» foi celebrado nas gargantas dos milhares de fãs presentes na Cidade do Rock, no final de uma noite em que Alanis Morissette e Alejandro Sanz não comprometeram.

Sem comentários: