terça-feira, 13 de novembro de 2007

Slimmy, o provocador

Slimmy, a outra face de Paulo Fernandes, conversou com o Destak sobre a sua vida em Londres, as suas paixões, a sua conquista do nosso país. "Beatsound Loverboy" , álbum de estreia, já está à venda.

Como é fazer uma digressão em Londres, ganhar lá uma boa reputação face à tua música, e chegar a Portugal e se calhar sentir que vais começar tudo do zero?
A sensação é boa, porque queria mesmo começar do zero aqui no meu País, sabes. Depois de um certo reconhecimento lá fora, é giro e refrescante recomeçar. Agora, obviamente quero também explorar e ganhar reputação aqui em Portugal, sobretudo em Lisboa, porque venho do Porto e lá já tinha feito algumas coisas.


Da tua experiência até agora, em que medida o circuito de música no estrangeiro difere do português?
No Reino Unido há mais mercado, há muito uma 'indústria da música', as pessoas são mais eclécticas e não estão atentas só a um tipo de som... Há mais condições para os artistas tocarem com mais regularidade. Aqui não faltam músicos, há é menos essa indústria, e creio que as pessoas também não compram tantos discos. E há talvez menos condições para actuar. Mas vai dando para tocar, não tenho razões de queixa.

Está a correr bem a tua experiência aqui?
Sim, sim, fizemos uma primeira tourné, não propriamente da apresentação do disco mas da apresentação do projecto. E a reacção das pessoas foi boa. Agora começámos nova tourné, já mais de apresentação do disco e tenho a certeza de que vai ser boa também. Aliás, já está a ser.

Em que medida foi uma experiência importante para ti, a nível pessoal, morar no estrangeiro, e como se reflecte isso nas tuas músicas?
Bem, para já, está relacionada com o facto de o disco ser escrito em inglês. Além disso, em Portugal acho que as coisas são mais rápidas, mais frenéticas. Não sei bem, no fundo, metade do disco foi feito lá e a outra metade feita cá, por isso acho que ficou uma mistura gira de culturas, tanto da britânica como da portuguesa, o que é algo que sinceramente me agrada.

O Beatsound Loverboy é o primeiro álbum que sempre quiseste?
Creio que é um bom disco, o disco que eu sempre quis como primeiro, sim. Tem muitas coisas que foram escritas ao longo dos anos, pelo que para mim este é um best-of da minha vida musical e pessoal até agora. Nele estão todos os meus momentos mais marcantes até à data. E sim, acho mesmo que é um bom conjunto de canções.

E é uma porta à internacionalização total?
Há ideias de uma tournée lá fora, de maquetes para tentar conquistar o mercado norte-americano. Há de facto essa ideia e vontade, está sempre presente. Mas por agora quero acabar a tournée e dedicar-me ao público português.

Falaste em mercado americano, como surgiu a passagem de uma música tua no CSI Miami e qual a importância disso para ti?
Surgiu como uma sequência do meu manager de Inglaterra, dos contactos que tinha. Agora eu sou um bocado pela qualidade da música e não tanto por estas coisas, seja cá ou no estrangeiro é a qualidade que conta. Claro que o CSI Miami, sendo uma série vista por 24 milhões de pessoas, mete--te no mapa. Na altura eu nem tinha editora e ajudou-me, claro, despertou a atenção para a minha carreira. E. sim, tive um bocado de orgulho.

Começaste sozinho, agora tens uma banda... Alguma vez tens saudades dos teus tempos de DJ e de experimentar numa caixa de ritmos?
Tenho, tenho. E volta e meia isso vai acontecendo sabes, é uma parte muito importante de mim da qual eu não me quero desligar. Eu com os meus músicos tenho uma cumplicidade e simbiose perfeitas e estou a adorar a experiência de banda. Agora claro que de vez em quando gosto de regressar à 'base'.

Na produção do teu disco, como foi trabalhar com nomes já reconhecidos como Saul Davies, dos James, ou o Mark Turner?
Foi óptimo, acabou por ser uma relação pessoal que se criou, deu para explicar exactamente o que eu queria. E são pessoas que já têm uma certa experiência e aprende-se imenso com elas, tanto no processo de criação como de produção.

O tema que talvez mais especulação crie: quais são, afinal, as maiores influências musicais de Slimmy?
São muitas. Tenho heróis do rock, sobretudo o Duff McKagan dos Guns N' Roses. E tenho também heróis da música electrónica como os Chemical Brothers, mas gosto de vários estilos.

Qual a importância da prestação ao vivo e como surgem as strippers?
As strippers já aconteceram e provavelmente vai acontecer no futuro, mas não são o ponto fulcral do concerto. No sentido de que não são um show off, ou para escandalizar. É uma versão mais intensa e sexual do que eu faço na minha música, que tem muito a ver com amor e sexo.

Mas para as pessoas que nunca viram Slimmy ao vivo, o que podem esperar?
Podem esperar um bom conjunto de canções, uma actuação que creio ser original e sobretudo muita energia. Porque adoramos estar em palco e normalmente damos tudo.

A HISTÓRIA DO ARTISTA - Paulo Fernandes, Slimmy.
O início do projecto Slimmy acontece em 1999/2000. Desde logo não conseguiu passar despercebido a algumas pessoas importantes na cena musical nacional e internacional, como Quico Serrano, Álvaro Costa e Saul Davies dos James, com quem começa a produzir o que viria ser o seu primeiro disco. Em 2004, Slimmy muda-se do Porto para Londres, capital e centro da cena musical europeia e, após a actuação em algumas das salas mais emblemáticas da capital britânica, é convidado a fazer a abertura concertos dos americanos Electric Six. No ano seguinte começam a ser distribuídas as primeiras cópias de maquetas a pessoas da cena musical londrina e surgem as primeiras remisturas. O vídeo do tema Bloodshot Star mereceu mesmo atenção especial do canal MTV2, tendo sido escolhido para CSI Miami (episódio 23 da 4ª série). Este ano, Slimmy regressou a Portugal.

- 17'NOV LISBOA FESTIVAL COSMOPOLIS, MUSIC BOX 23H
- 21'NOV BRAGA FNAC BRAGA 22H
- 23'NOV LISBOA SANTIAGO ALQUIMISTA 23H
-28'NOV PORTO DIA ADERENTE FNAC STA. CATARINA 17H
-28'NOV SRA. DA HORA 22H

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